Jefferson Smart#
Notícias
Número de Mensagens : 116
Idade : 30
Localização : Minha casa
Data de inscrição : 18/03/2009
|
Assunto: Ordem dos anúncios gera processo coletivo contra o Google Dom maio 17, 2009 2:11 am |
|
|
Ordem dos anúncios gera processo coletivo contra o Google
Quando Audrey Spangenberg digitou o nome de sua pequena empresa de software, FirePond, no serviço de buscas do Google, esta semana, não ficou feliz com o que viu como resultado. O site de sua empresa surgiu em primeiro lugar na lista de retornos do Google. Mas, logo acima dele na página, o Google estava exibindo anúncios de concorrentes que pagaram ao serviço de busca para exibir suas mensagens de marketing sempre que alguém estivesse à procura de informações sobre a FirePond, uma marca registrada. "Fiquei furiosa com eles", disse Spangenberg, presidente-executiva da FPX, uma empresa que opera com a marca FirePond. Na segunda-feira, a FPX abriu um processo coletivo contra o Google em um tribunal federal do Texas, com a alegação de que o serviço de buscas estava violando sua marca registrada, e além disso contestando as normas para veiculação de publicidade adotadas pelo Google em nome de todos os demais detentores de marcas registradas no Estado do Texas. Especialistas em assuntos judiciais dizem que esse é o primeiro processo coletivo movido contra o Google por esse motivo.
Mas muitas outras empresas já se sentiram incomodadas pelo fato de o Google aceitar o uso de suas marcas registradas como termos de buscas vinculado a anúncios de concorrentes, entre as quais grupos de grande porte como a American Airlines e a Geico, que abriram contra o Google processos que foram encerrados por acordos extrajudiciais. Muitos detentores de marcas registradas afirmam que o sistema que o serviço de buscas adotou é um abuso contra suas marcas, confunde os consumidores e eleva os custos operacionais de suas companhias.
No entanto, nenhuma dessas reclamações parece estar dando ao Google muito motivo para reconsiderar sua posição. Este mês, a empresa expandiu a mais de 190 outros países sua norma de permitir que qualquer interessado adquira anúncios vinculados a termos de busca que sejam marcas registradas controladas por terceiros. E na noite de quinta-feira a companhia anunciou que permitiria o uso limitado de marcas registradas nos textos de certos anúncios vinculados a buscas, ainda que o detentor da marca registrada proteste.
"Eles estão jogando gasolina na fogueira", disse Eric Goldman, professor associado de Direito na escola de Direito da Universidade Santa Clara, e diretor do Instituto de Leis de Tecnologia naquela organização. "Os detentores de marcas registradas certamente não apreciarão essa mudança nas regras. Eles já acreditam que o Google não os estivesse tratando da maneira que prefeririam. E agora o Google decidiu tornar ainda mais difícil para eles controlar o uso de suas marcas registradas na internet". O Google reconheceu que alguns de seus anunciantes podem se sentir incomodados com a mudança nas regras. Mas a empresa disse que o novo sistema resultaria em anúncios mais relevantes para os usuários. Por exemplo, uma pessoa que digite "Godiva" como termo de busca no Google pode encontrar um anúncio não só de uma empresa que vende chocolates como de uma empresa que venda especificamente chocolates de marca Godiva. Com a mais recente alteração nas regras para publicidade no Google, a Godiva já não teria como impedir que anúncios como esse sejam veiculados no site.
"Acredito que haverá detentores de marcas registradas que não aprovarão essa nova regra", disse Terri Chen, o diretor jurídico do Google para questões de marcas registradas. "Mas a lei de marcas registradas autoriza esse tipo de uso. Trata-se de um princípio muito bem estabelecido no mundo da mídia offline, que se estendeu também à mídia online".
Chen também disse que as novas regras são semelhantes às adotadas pela Microsoft e pelo Yahoo, que permitem um uso semelhante de marcas registradas nos textos dos anúncios que veiculam.
Mas Yahoo e Microsoft em geral não permitem a prática, mais controversa, de utilizar marcas registradas de terceiros como termos de busca vinculados a anúncios de concorrentes.
As questões legais que derivam desse uso de marcas registradas podem parecer exóticas. Mas os analistas dizem que a venda de anúncios vinculados a marcas registradas é um grande negócio para o Google, que obtém boa parte de sua receita de publicidade vinculada a buscas, com anúncios vendidos por meio de um sistema de leilões. As novas regras do Google, que entrarão em vigor no mês que vem nos Estados Unidos, provavelmente resultarão em aumento nos preços que os anunciantes pagam à empresa para ter seus anúncios vinculados a marcas registradas, diz Bryan Wiener, presidente-executivo da 360i, uma agência de marketing digital.
"Não resta questão de que isso servirá para aumentar a receita auferida pelo Google", disse Wiener. Segundo ele, as empresas que oferecem produtos ou serviços, a exemplo de cadeias de hotelaria ou fabricantes de computadores, podem não gostar das novas regras porque se verão forçadas a fazer lances mais altos a fim de poderem veicular anúncios vinculados às suas próprias marcas registradas. Mas empresas de varejo e atacado tenderão a aprovar a prática, porque lhes permitirá exibir anúncios vinculados a produtos específicos.
Mas se essa mudança de regras talvez possa resultar em mais faturamento para a companhia, a possibilidade de um revés judicial em um dos processo que envolvem o uso de marcas registradas como termos de busca vinculados a publicidade de concorrentes poderia se tornar um sério problema para os negócios do Google.
Os especialistas em assuntos judiciais consideram que a FPX deve enfrentar sérias dificuldades para convencer um tribunal de que tem o direito de agir como representante de todos os detentores de marcas registradas do Texas em um processo coletivo. Casos relacionados a marcas registradas dificilmente são admitidos como processos coletivos porque tendem a depender de uma determinação subjetiva quanto ao uso de marcas registradas alheias causar ou não confusão aos usuários.
"Acredito que isso será uma das questões levadas em consideração pelo Judiciário ao decidir se vai ou não acatar o pedido de classificação do processo como ação coletiva", disse Mark Janis, professor na escola de Direito da Universidade de Iowa. Mas Janis afirmou que o caso ainda assim poderia resultar em uma série de processos semelhantes por violação de marcas registradas em outros Estados. Os anunciantes que se queixam das regras do Google afirmam que não estão apenas incomodados por anúncios de concorrentes surgirem vinculados a buscas que envolvem suas marcas registradas, como também com o fato de que a alteração nas normas os forçaria a pagar mais ao Google para garantir que seus anúncios tenham posição superior à dos anúncios de concorrentes.
"Sei de diversas empresas que dedicam milhões de dólares ao ano a publicidade no Google apenas para garantir que seus nomes sejam os primeiros a obter menção entre os links patrocinados", disse Terrence Ross, sócio no escritório de advocacia Gibson Dunn, que representou a American Airlines no processo da empresa contra o Google. "Com certeza essa decisão faz com que o serviço de buscas pareça estar praticando uma forma de extorsão contra os anunciantes". Mas os defensores das práticas do Google afirmam que elas beneficiam os consumidores. As pessoas que estão à procura de uma nova câmera, por exemplo, se beneficiarão caso possam ver um anúncio de um produto concorrente, possivelmente mais barato, sobre o qual de outra maneira não teriam informações. O Google se recusou a comentar sobre o caso da FPX, mas anunciou que se defenderia.
Spangenberg disse que abriu seu processo na esperança de que isso force o Google a reverter as mudanças em suas regras de publicidade. "Não é apropriado que o Google venda minha marca registrada como termo de busca para fins de lucro", ela afirmou. "Isso pode realmente confundir os nossos clientes e potenciais clientes".
Fonte: Terra
|
|